Nos últimos anos, a ciência tem se aprofundado na investigação das possíveis ligações entre a saúde bucal e doenças neurodegenerativas, especialmente o Alzheimer — a forma mais comum de demência, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Uma das descobertas mais intrigantes nesse campo é a presença de bactérias orais no tecido cerebral de pacientes com Alzheimer, o que levantou hipóteses importantes sobre a influência da saúde bucal no funcionamento do cérebro.
Estudos científicos recentes destacam que bactérias responsáveis por infecções gengivais e doenças periodontais, como a Porphyromonas gingivalis, podem estar envolvidas na progressão do Alzheimer. Essa bactéria, considerada um dos principais agentes causadores da periodontite crônica, foi identificada em regiões do cérebro afetadas pela doença, como o córtex e o hipocampo.
A infecção causada pela Porphyromonas gingivalis é o patógeno fundamental no desenvolvimento da periodontite crônica, e estudos científicos indicam que foi identificado no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer.
Contudo, é importante deixar claro: a presença dessas bactérias não é, por si só, uma causa direta do Alzheimer. A doença é multifatorial, e aspectos como predisposição genética, envelhecimento e estilo de vida também desempenham papéis importantes. Ainda assim, a doença periodontal é considerada um fator de risco relevante, especialmente em pessoas que já possuem predisposição à demência.
A periodontite — inflamação dos tecidos que sustentam os dentes, como gengiva e osso alveolar — pode ser silenciosa, sem causar dor ou desconforto, o que dificulta o diagnóstico precoce. Além disso, ela não é tratada apenas com limpezas comuns, exigindo raspagem subgengival, orientações de higiene bucal personalizadas e acompanhamento de um especialista em periodontia.
PERIODONTITE
A periodontite é a segunda doença bucal mais frequente do mundo (atrás somente das cáries) e a 11ª doença mais comum do planeta. Ela afeta mais de 47% dos adultos com mais de 30 anos de idade. E, entre as pessoas com 65 anos ou mais, 64% têm periodontite grave ou moderada. Mais do que um problema odontológico, a periodontite pode ser vista como um sinal de alerta para outras doenças. A inflamação bucal contínua pode gerar uma inflamação sistêmica, com impacto em diversos órgãos — inclusive no cérebro.
Por isso, manter uma boa saúde bucal é um investimento na sua saúde integral. Escovar os dentes corretamente, usar fio dental diariamente e visitar regularmente o dentista não apenas preservam seus dentes, mas também podem ajudar a proteger seu cérebro de doenças graves no futuro.
E lembre-se: um estilo de vida saudável, com boa alimentação e prática de exercícios físicos, também contribui para manter sua boca — e seu corpo — em equilíbrio.
Cuide da sua saúde bucal e proteja seu cérebro!
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